
Lipoaspiração e a Segurança do paciente
A lipoaspiração consiste em um procedimento para remoção de gordura localizada e remodelação do contorno corporal. A lipoaspiração moderna teve seu início com o cirurgião francês Yves-Gérard Illouz que a popularizou em Paris, nos final dos anos 70. A partir daí ocorreu o desenvolvimento das técnicas de infiltração nas áreas a serem aspiradas, com o intuito de diminuir o sangramento e prolongar o tempo de analgesia.
A lipoaspiração evoluiu com o aprimoramento das técnicas, podendo hoje ser realizada de forma mecânica, com auxilio de dispositivo vibrador (vidrolipoaspirador), através de ultrassom, ou ainda, com auxílio do laser.
Alguns pacientes procuram a lipoaspiração como forma de emagrecimento. O cirurgião deve orientar o paciente de que a lipoaspiração não é indicada para este fim. A lipoaspiração é utilizada na remoção de gordura localizada em pacientes que se encontram com peso próximo do ideal. Para garantir a segurança dos pacientes que se submetem a este procedimento, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou a Resolução n° 1.711/2003, regulamentando o assunto. Os volumes de gordura aspirados não podem ultrapassar 7% do peso corporal, ao se aplicar a técnica infiltrativa, ou 5%, se utilizada a técnica não-infiltrativa. Além disso, não se deve atingir mais de 40% da área corporal do paciente, seja qual for a técnica utilizada. Esses limites devem ser respeitados por todos os profissionais.
O estabelecimento de critérios de segurança e o aumento do conhecimento sobre as repercussões fisiológicas da lipoaspiração tem tornado este procedimento cada vez mais seguro e difundido, sendo atualmente uma das cirurgias estéticas mais realizadas no país. O remodelamento do contorno corporal através da retirada de gordura de determinadas áreas aliada à possibilidade de utilização desta gordura em outras áreas do corpo como na região glútea, sulcos faciais e depressão trocanteriana, traz resultados estéticos extremamente satisfatórios, aumentando a popularidade do procedimento.
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a lipoaspiração não é desprovida de riscos. Podemos encontrar no pós-operatório desde os hematomas, equimoses, febre que pode ocorrer nos primeiros 03 dias de pós-operatório, irregularidades do contorno corporal, até fenômenos tromboembólicos, como as tromboses venosas profundas e embolia pulmonar. Para minimizar este tipo de problema, diversas medidas são utilizadas, desde o cuidado no correto posicionamento do paciente na sala cirúrgica, uso de botas de compressão pneumáticas, meias elásticas, uso de malha compressiva, até medicações antitrombóticas, dependendo de cada caso.
Assim sendo, a lipoaspiração deve ser encarada com todo rigor cirúrgico pelos profissionais e pacientes.